Sou João Marcos Dias Machado, nascido no dia 10
de outubro de 1999 em Itajai. Aos 5 anos, me mudei para Brusque onde vivo até hoje. Minha história com os livros
se iniciou quando eu era bem pequeno com as leituras que minha mãe fazia das centenas de livros infantis que eu tinha.
No ano de 2014, comecei a escrever contos e também romances que eu nunca acabei. No início de 2015 comecei a
escrever trovas, e se eu tivesse uma escolha para fazer para a vida é nunca parar de escrever.
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Sam não sabia quanto tempo exatamente
tinha de vida, mas sabia que morreria. O que poderia fazer? Tinha somente uma faca, e a vida de irmã corria perigo.
Sam fechou os olhos. Não queria que a última vista de sua vida fosse aquelas criaturas horríveis. Já
não sentia mais medo dos palhaços. A coulrofobia se transformara em ódio. Sentia as mãos rugosas
o tocarem quando, de repente, escutou três tiros Sam não sabía
cuanto tiempo de vida tenía exactamente, porque sabía que moriría. O, qué podía hacer?...
Assombração coulrofóbica João Marcos Dias Machado Tudo
estava silencioso. Ouvia-se apenas o ranger de passos no soalho. A menina de cabelos cacheados repousava sobre a cama. Era
a única acordada na casa. Clak. O barulho dos passos aumentava. A sombra pela fresta da porta indicava um ser corpulento. A maçaneta
começou a girar lentamente e abriu-se com um estrondo. Olhos profundos fitavam-na. Em sua boca um emaranhado de dentes
afiados, como lâminas feitas para matar, formava um sorriso penetrante. A menina, apavorada, pensava: Morrerei. O frágil
coração acelerava cada vez mais enquanto o misterioso ser, que acreditava ser um palhaço, aproximava-se.
Seu corpo estava tomado pela adrenalina. Queria fugir, mas nada poderia fazer se não ficar parada e esperar a morte
eminente.
Quando se deu conta, o monstro já estava em sua frente. Sentia-se a profunda respiração que exalava um
odor de enxofre. As mãos da criatura frias e rugosas, de repente, agarraram-na. - Filha!!!, o que aconteceu com você? Por que
está tão suada? Continua a ter pesadelos? - Uma infinidade de perguntas fez Katie, uma mãe ainda jovem
que com seus 19 anos tivera seu primeiro bebê. Mãe de uma família de classe média, sempre foi preocupada
com o bem-estar de seus dois filhos: Sam, de 17 anos e Annie de 8. Annie era a única na casa que ainda não estava pronta.
Toda sua família já havia preparado as malas para a viagem de férias. Sam, que arrumara sua mala no dia
anterior, ajudava a irmã que escolhia com pressa as roupas que levaria para a cabana onde costumavam ir sempre que
tinham tempo.
Ao contrário da irmã, Sam odiava ir para lá passar as férias. Odiava o fato de ficar sem internet
e sem amigos. Odiava os pernilongos que o picavam. Odiava tudo. Mas as férias não eram tão ruins, pois
estava perto de sua família. Após o terrível acidente, Sam se aproximara de sua família mais do
que nunca. Aos 16 anos atropelou um homem enquanto aprendia a dirigir. Depois de 20 km de perfeição ao volante,
Sam via, diante de seus olhos, o homem morto sobre a rodovia. Enquanto arrumavam as malas, Annie contou a Sam que havia sonhado novamente
com palhaços. Desde pequenos, Sam e Annie sempre dividiram o mesmo medo. Nos ponto de vista deles, os palhaços
eram, na verdade, monstros malignos que ansiavam por sangue humano. Tudo por causa de um filme que haviam assistido quando
eram pequenos.
A viagem foi longa. Um acidente interditava a pista, de modo que a família ficou presa no congestionamento. No rádio,
as notícias envolviam acidentes, roubos e assassinatos, mas uma particularmente chamou a atenção de Sam. "Na madrugada de ontem, uma criança
de aproximadamente oito anos faleceu na própria cama. O motivo do óbito é desconhecido. Tudo o que se
sabe é que o corpo se encontra em estado irreconhecível. Os pais da vítima, que estavam em casa, alegaram
não ter notado nada de estranho. Não há sinal de arrombamento na porta". No pensamento de Sam, aquilo não
se tratava de um simples assassinato como os outros, mas podia ser tudo fruto de sua imaginação. Afinal, pessoas
morrem todos os dias por motivos inimagináveis. Mas a fobia falava mais alto. A menina fora certamente morta por um
palhaço.
O engarrafamento havia durado uma hora e meia. Pelo rádio, ouviram o motivo da fila que chegara à extensão
de trinta e dois quilômetros: um jovem havia perdido o controle do carro e batera em outro violentamente. O jovem sobreviveu
apesar de ter sofrido ferimentos graves. O motorista do outro carro morreu na hora. Eram duas da tarde quando chegaram à cabana.
Toda a família estava morta de fome, uma vez que a viagem havia durado quase duas horas a mais do que o esperado. Ninguém
havia levado nada para comer no caminho, afinal, não previram um congestionamento. A fome era tanta que Katie fez uma
macarronada para que o "almoço" ficasse pronto logo. Não havia nada para se fazer na cabana. O único aparelho
eletrônico na casa era uma TV antiga de vinte polegadas. O motivo de existir uma TV ali era que Paul, o pai da família,
não ficava sem assistir ao jornal. Paul proibiu seus filhos de usarem celular, computador e jogarem videogame, com
o intuito de que aproveitassem tudo o que o lugar poderia oferecer. Até a luz da casa costumava falhar nas noites. O dia passou muito rápido. Sam
aproveitou a tarde junto de seu pai. Paul tinha uma apreciação tremenda por aquele local. Vindo de uma humilde
família do interior, aproveitava os seus dias de folga para descansar de seu trabalho desgastante naquela cabana. Paul
olhava fixamente com seus olhos castanhos para a bóia cevadeira, que afundara de repente. Ele conseguiu pescar dois
peixes, os quais comeram na janta. Sam, seu filho, até tentou ajudá-lo, mas não era muito bom na pesca.
Enquanto isso, Annie tentava ajudar Katie a fazer a comida, porém atrapalhou mais do que ajudou. Logo, já era noite. Paul fez,
com auxílio de Sam, uma fogueira. Todos cantavam ao redor dela, quando o pai teve a "brilhante" ideia de
contar uma história de terror. Para a sorte de Sam e Annie, o conto não era sobre palhaços. Porém,
foi assustador o suficiente para deixar Annie apavorada e fazê-la chorar. -Basta, Paul! Não vê que deixou sua
filha apavorada?! - exclamou Katie.
- Mas não se pode falar nada! - retrucou o pai.
O choro de Annie aumentou. A discussão de seus pais não ajudava em nada. De repente, toda a confusão foi silenciada
por um ruído. Não eram os únicos daquela floresta. Os gritos de Annie se tornaram, naquele momento, soluços
silenciosos. Se antes estivera com medo, agora tudo piorara. Nisso, um menino surgiu da floresta cambaleando. Estava todo ensanguentado
e aparentava ter sido mordido. Logo, o garoto já aproximava-se quando, então, caiu duro no chão, em frente
à fogueira.
- Fujam! - disse a criança antes de dar o último suspiro e falecer na frente da família. Não se falava em outra coisa senão
a morte na floresta. Após o ocorrido, chamaram a polícia que logo chegou, junto do carro da funerária.
Segundo o necrotério, o jovem havia sofrido de um ataque de um ser não identificado, mas, devido à gravidade
das mordidas, o mais provável era ter sido um ataque do mais feroz animal. Os únicos que discordavam do diagnóstico
do corpo eram Sam e Annie, que acreditavam que o verdadeiro assassino fora o palhaço de sempre. Sam não conseguia
parar de pensar nas últimas palavras do jovem. "Fujam". O que queria dizer aquilo? Por que deveriam fugir?
Seriam eles as próximas vítimas?
O dia seguinte amanheceu chuvoso. Se antes não havia nada para ele fazer, agora o ócio era ainda maior. Assistiu,
sem outra opção, ao jornal com os pais.
"-Estamos ao vivo com Greg Valdez, o adolescente que, ontem, atropelou um civil a 120Km/h na 192 avenue, o
que ocasionou uma fila de trinta e dois quilômetros. Valdez, conte-nos a sua versão da história. - Socorram-me! Estão atrás
de mim! Mataram minha família e agora vão me matar! Estão me seguindo! Minha vida está em jogo! - Mas diga-nos, quem está atrás
de você?
- Eu não sei! Parece um palhaço! Um canibal! Um maníaco! - E este é mais um caso de um maluco que esqueceu
de tomar seus remédios. Julia Roberts, no jornal da manhã. É com você Albert. - Eu não sou louco! Eles vão..." - Esses jovens de hoje em dia... - falou
Paul. - Mas,
pai, e se o que ele disse for...
- Cale a boca! Esse drogado não fala nada com nada! É só mais um marginal que quer se safar de um crime
que cometeu!
- Paul! - exclamou Katie.
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